Para alcançar esse propósito, de
acordo com os escritores Tracy Kidder e Richard Todd, é sempre bom confiar no
leitor desde o começo atribuindo-lhe uma inteligência no mínimo igual à que
imagina para si mesmo. Parta do princípio de que, seguramente, você sabe
algumas coisas que o leitor não sabe, mas ele possui conhecimentos aos quais
você não tem acesso.
Prossiga, tendo sempre em mente que um
bom começo tem de ser claro. Em qualquer trabalho escrito, as ideias se encadeiam
com a lógica literal ou com a lógica do sentimento, de modo que o leitor
experimente a dupla experiência de entregar-se a elas e de desfrutar da sua habilidade
de escritor. A coexistência desses dois prazeres na mente do leitor é uma medida
da boa escrita.
Mas uma coisa é quando o leitor se satisfaz
com as realizações de quem escreve, outra quando o prazer do próprio autor é
visível. Isso quer dizer que o autor trabalha a serviço da ideia, e sempre a
serviço do leitor.
Nessa linha de orientação, é
importante observar ainda:
a) procure criar um diálogo com o
leitor, imaginando o que ele pode questionar, criticar e, também, concordar;
b) o que você sabe não é algo que
possa tirar de uma prateleira e entregar, mas geralmente é o que descobre ao
escrever, assim como na melhor das conversas com um amigo: a escrita e o leitor
fazem a descoberta juntos;
c) você não pode cativar o leitor logo
na primeira sentença, mas pode perdê-lo logo de cara;
d) nada é mais tedioso que a
prolixidade. Em sua introdução a Os Elementos do Estilo, E.B. White
sugere que o leitor está sempre em risco de confundir. O leitor é "alguém
chafurdando num pântano" e cabe ao escritor (a quem pertence o pântano, é
claro) "drenar esse pântano rapidamente e colocar esse alguém em terreno
seco ou ao menos atirar-lhe uma corda" (...);
e) não se pode dizer tudo de uma
vez. Boa parte da arte dos inícios é decidir o que guardar para mais tarde, ou
para não dizer. Faça uma coisa de cada vez. Prepare o leitor, diga tudo o que
ele precisa saber para continuar lendo, e não diga mais. Em formas mais longas
de escrita, o coração do assunto é geralmente o lugar onde se vai chegar, não o
lugar para começar. Evidentemente, o leitor precisa de uma razão para
continuar, mas a melhor razão é simplesmente a confiança de que quem escreve vai
a algum lugar interessante.
Ter o domínio da linguagem, saber expressar-se, é cada vez mais importante inclusive para ser eficiente na comunicação online. Enfrente esse desafio e exercite-se! Afinal, como toda habilidade, escrever bem requer treino.
Ter o domínio da linguagem, saber expressar-se, é cada vez mais importante inclusive para ser eficiente na comunicação online. Enfrente esse desafio e exercite-se! Afinal, como toda habilidade, escrever bem requer treino.
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