A Agenda Juventude Brasil 2013, pesquisa coordenada
pela Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), apresenta dados relevantes sobre o
perfil e a opinião dos jovens brasileiros de 15 a 19 anos. De um universo
correspondente a 26,1% do total da população brasileira (Censo 2010-IBGE), 38% dos
pesquisados possuem Ensino Médio completo, 53% trabalham e, destes, 40% só
trabalham e 14% trabalham e estudam.
Mas o que chama realmente a atenção, nessa pesquisa, é que 91%
acreditam na sua força para mudar o mundo. Em consonância com essa convicção, a
educação e o futuro profissional aparece em 1º. lugar como o assunto que
gostariam de discutir com os pais ou responsáveis, com a sociedade e os amigos,
e, entre os temas de maior interesse e preocupação, emprego-profissão só perde
para o da segurança.
O que se pode extrair desses dados para o trabalho com jovens?
1º.
A crença na sua capacidade transformadora significa que valorizam a própria identidade,
ponto de partida para a construção de um projeto de futuro. Querem debater a
sua vida em sociedade para criar melhores alternativas de vida e de convivência
e para, por meio de um constante processo reflexivo, assumir-se como sujeitos que
acreditam em si mesmos.
Os jovens apóiam-se no valor dado à colaboração entre
as pessoas e à sua capacidade de se organizarem dentro de suas realidades. Para
eles, é a partir do envolvimento das pessoas, num processo colaborativo, que a
transformação acontece: no trabalho de curto prazo, feito nos horários livres; na total liberdade para
encontrar soluções, com ideias que preferencialmente não envolvam dinheiro; e na
diversão, se possível, ao lado de amigos. Ao aliar esses três valores, esses
jovens são capazes de traçar um caminho de mudança como se estivessem numa situação de lazer.
Seu foco é o mundo à sua volta, a realidade mais próxima. Eles têm a iniciativa e a habilidade de partilhar suas tarefas, chamando os amigos, os vizinhos e os colegas para seus projetos. São ágeis, querem resultados concretos e consistentes, obtidos por meio do trabalho em grupo.
2º. Eles querem assumir pessoalmente seu processo de mudança e traçar um
caminho alternativo, inventar seus próprios caminhos com base em
conceitos inovadores de trabalho, convivência e prosperidade. Querem a
oportunidade de ser ouvidos, discutir e partilhar com os pais, amigos e
sociedade as soluções para os seus sonhos e desafios. Isso quer dizer que valorizam a integração e o diálogo entre diferentes frentes de pensamento, enxergando nuances de possibilidades no lugar de pensamentos cristalizados e extremados.Seu foco é o mundo à sua volta, a realidade mais próxima. Eles têm a iniciativa e a habilidade de partilhar suas tarefas, chamando os amigos, os vizinhos e os colegas para seus projetos. São ágeis, querem resultados concretos e consistentes, obtidos por meio do trabalho em grupo.
Não posicionam suas crenças e valores de forma
rígida e polarizada.“Eu não acredito numa ruptura do
pensamento. Eu acredito mais no pensamento que está sempre se modificando
gradualmente. Não vem como um choque, vem aos poucos. E quando você olha lá na frente, vê que algo mudou.”
Assuntos
que antes não eram debatidos ganham importância para eles. A partir dessa
lógica, questões sociais, ambientais e culturais ganham tanta importância
quanto as políticas e econômicas. Estão agindo de maneira propositiva na busca
de seus direitos por melhor qualidade de educação, saúde, transporte, de
convivência nos espaços públicos e privados. As ações que realizam no dia a dia
vão impulsionando “múltiplas revoluções silenciosas” que transformam o mundo de
forma lenta, gradual e positiva.“Eles são protagonistas de microações que transformam o cotidiano em diferentes culturas e localidades”, de acordo com Luiz Algarra, consultor em inovação e fundador da Papagallis, empresa focada em conhecimento coletivo.
Os heróis
do cotidiano que atuam lenta e continuadamente, servem-lhes de inspiração
dentro de seus ciclos de relacionamentos e amizades.
Tendo
compreendido tais características, o melhor que nós pais, educadores, psicólogos,
orientadores, temos a oferecer a esses jovens é o suporte para que transformem
a experiência vivida em experiência refletida. O aprendizado decorrente dessa
ação reflexiva vai alicerçar seus interesses e perspectivas de futuro.
Mais do que isso, vai converter-se em um projeto para suas vidas, um projeto
pelo qual vale a pena lutar.
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